
A Camada Mais Externa da Alma
Ano
2020
Você já se sentiu como se estivesse despindo camadas para encontrar consigo?!
Penso que não há evolução possível sem que se desnude a alma, sem mergulhar em nós, em regiões menos acessadas e protegidas pelo ego.
Penso que não há evolução possível sem que se desnude a alma, sem mergulhar em nós, em regiões menos acessadas e protegidas pelo ego.
Lembre-se: não há como acessar o lado de dentro sem perder alguns pedaços por aí. A lâmina da serra dilacera a madeira em fragmentos (serragem) impossíveis de serem remontados. Assim é feito na marcenaria, e em você, como acontece?!
Assim como nossas vestimentas e toda estética externa que nos envolve, a madeira também pode ser modificada, seja através dos acabamentos superficiais, do envelhecimento natural ou dos entalhes.
Mas ao despir nossas camadas nos encontramos com a essência. As camadas mais externas traduzem nossa relação com o ego, porém, devemos nos aproximar do que temos de mais nobre e que pode estar protegido pelas aparências.
Essa série busca provocar uma reflexão sobre explorar a essência, visto que as cascas são frágeis, nossas camadas mais externas ressecam e se tornam quebradiças.
Deixemo-nos harmonizar o interno com o externo.
Ao retirar finas lâminas de madeira, criei um paralelo entre a superfície das peças, que se transformavam em restos, e o aspecto essencial da madeira. O que torna perceptível a relação entre esse processo e os nossos comportamentos estéticos.